A história de RACISMO por trás de uma das atrações mais famosas da Disney
A história de RACISMO por trás de uma das atrações mais famosas da Disney
Nem tudo na história da Disney são flores, já falamos sobre o aeroporto abandonado, já falamos.
Já falamos sobre o parque aquático com amebas? Já falamos. Mas nada disso se compara ao que está por vir nesse vídeo de hoje.
Você conhece a atração Splash Mountain?
Uma das atrações mais populares do parque e inclusive a minha favorita. Se você já foi pra Disney você provavelmente já brincou nessa atração. (claro se você conseguiu aguentar as 96 horas de fila). Mas pra quem não foi, eu vou primeiro explicar o que é essa atração.
É um barquinho, em uma especie de montanha-russa aquática, que vai por corredeiras leves até chegar dentro de uma espécie de montanha encantada. Dentro dessa montanha encantada você vai passando por cenários muito lindos e coloridos onde você vai com certeza ficar encantado.
Durante o passeio, que dura aproximadamente 11 minutos, a estória do esperto coelho “Br’er Rabbit”, é narrada. Rabbit está sendo perseguido por “Br’er Fox” e “Br’er Bear”, e os participantes acompanham o desenrolar da estória sobre um barco que comporta até oito passageiros, ao longo de uma maravilhosa jornada montanha adentro.
A maior queda do passeio possui 16 metros de altura e uma inclinação de 45 graus, que faz o barquinho atingir a velocidade de 65km/h. Muitos visitantes gostam de assistir os outros despencando na Splash Mountain, para isso existe um local apropriado para que se possa assistir esse espetáculo.
No extremo oeste da Disneylândia, ergue-se um pico escarpado de penhascos cobertos de musgo, raízes de árvore emaranhadas e espinhosas. Esta atração - parte animatronic stage show, parte kid-friendly log flume - é conhecida como Splash Mountain, e graças aos engenheiros da Walt Disney os chamados Imagineering, ela realmente parece uma autentica montanha. A atração toda foi construída no final dos anos 80, a um custo de aproximadamente US $ 75 milhões.
É um brinquedo muito divertido - e possivelmente o mais estranho de toda a Disney, já que é essencialmente baseada em um filme da Disney que foi tirado de circulação.
Eu confesso para vocês que nas primeiras vezes que fui lá eu não entendi nada porque aquela atração toda não tinha nada a ver com nenhum filme da Disney e daí pesquisando eu descobri o porquê eu nunca tinha entendido o que aquele coelho com aquele urso estavam lá.
Acontece que essa atração é inspirada em um filme. Mas porque ninguém nunca assistiu esse filme?
Bom, o motivo é simples. A Disney sofreu acusações terríveis sobre esse filme ter uma temática extremamente racista e daí o filme foi tirado de circulação.
Esse filme é Song of the South, uma mistura de live-action / animação de 1946 dirigido por Harve Foster e Wilfred Jackson. Baseado nas histórias coletadas do tio Remus do autor Joel Chandler Harris, o filme segue um menino inocente de Atlanta chamado Johnny (Bobby Driscoll) que se muda com a mãe para a plantação de sua avó. (Seu pai permanece em Atlanta para trabalhar como editor de jornal.) Na plantação, Johnny aprende uma série de lições de vida do Tio Remus (James Baskett) na forma de histórias sobre o Coelho Br'er animado (dublado por Johnny Lee) e sua busca para fugir de Br'er Fox (Baskett) e Br'er Bear (Nick Stewart). Incluído entre esses interlúdios de desenhos animados é "Zip-a-Dee-Doo-Dah", que ganhou o Oscar de Melhor Canção Original e é uma das músicas mais famosas e amadas na biblioteca da Disney.
Essa musica é tão chiclete que ela fica na sua cabeça pro resto da sua semana. Você brinca 1 vez na Splash Mountain e pronto você fica: Zeep a dee doooo dah pro resto da vida. Over and Over again.
Mas embora a musiquinha seja muito felizinho e tenha ganhado prêmios, a história de Song of the South é muito tenebrosa e cheia de conteúdos ofensivos. Embora a Disney tenha relançado o filme várias vezes em meados e final do século 20, ele foi seguido por persistentes acusações de racismo. Após um compromisso de retorno em 1986, em comemoração ao 40º aniversário de Song of the South, a Disney trancou o filme em seu cofre. Até hoje, nunca foi lançado nos Estados Unidos em nenhum formato, nem para o cinema e nem para DVD. Quando perguntaram ao CEO da Disney, Robert Iger, em 2010, se os fãs assistiriam a um DVD do Song of the South, ele chamou o filme de "antiquado" e "bastante ofensivo" e disse que não havia planos de fazer um DVD ou Blu-ray. Até hoje não existem planos por parte da Disney de tirar esse filme de dentro do cofre e vamos combinar que é melhor que não tirem mesmo.
Embora a Disney tenha feito o melhor para manter Song of the South escondida, é difícil esconder uma atração dentro de uma montanha gigante lá na Disney.
Também depois do lançamento de Zootopia da Disney, que trata de uma maneira fantástica sobre essas questões raciais, acabaram acontecendo várias comparações por parte de sites renomados sobre o fracasso do Song of the South e o sucesso de Zootopia.
Mas o que aconteceu?
Como um filme de criança pode ter sido banido? Pois é, o filme é uma obra prima da televisão colorida, além do mais essa interação com animações com personagens reais era algo revolucionário para a época. De 1946 a 1985 ele foi vendido e muito em diversos países. Quando em 1986 os estúdios Disney o tirou de circulação dizendo que não poderia mais ser comprado legalmente. Então, por que a Disney teve uma ação tão drástica? Foi a decisão certa? E o estúdio provavelmente mudará de idéia em breve?
A Disney naquele processo da “boa vizinhança de 1930” Comprou os direitos sobre o trabalho de um escritor chamado Joel Chandler Harris descendente de mãe irlandesa, que fazia compilação de contos populares afro-americanos que foram para a américa em navios escravos, e passaram de geração em geração. Foi então que surgiu o famoso e simpático tio Remus.
O filme girava em torno do menino Johnny, de 7 anos de idade, que se muda para uma plantação na Geórgia, faz amizade com um par de crianças locais.
Ele também faz amizade com o tio Remus, um homem negro idoso que conta fábulas ao pequeno. O filme termina com os personagens animados ganhando vida, e caminhando para o pôr do sol com tio Remus e as crianças. Filme tão bonitinho desses e porque foi proibido?
Qual o motivo?
A resposta foi racismo. A controvérsia sempre cercou as histórias do autor Joel Chandler Harris, com os críticos alegando que estão repletos de estereótipos raciais e coisas que certamente vão contra à política de empresa com valores que a Disney tenta empregar sempre. O racismo está todo projetado entre linhas na história mesmo não aparentando. A Disney considerou o filme proibido internamente.
O filme se passa em uma época da história americana chamada Era da Reconstrução, com a escravidão do passado, e negros e brancos vivendo juntos em aparente harmonia. O grande problema é que o filme dava a entender sempre que os negros deviam servir aos brancos. E também dava a entender uma certa superioridade da raça branca em cima da raça negra. Se isso não é uma clara demonstração de racismo, eu não sei mais o que é.
Muitos críticos dizem que há também confusão sobre o que os personagens afro-americanos estão realmente fazendo na plantação. Eles não devem ser escravos, mas estão trabalhando nos campos sem recompensas visíveis. O filme realmente mostra isso e não explica. E pior ainda, cantando alegremente enquanto viajam para o trabalho e os rostos sorridentes apenas servindo para glorificar o que realmente se parece com a escravidão.
O tio Remus parece um estereótipo do “Negro mágico,” um personagem negro polêmico e não ameaçador usado na ficção americana para dispensar valiosas lições de vida e transmitir sabedoria a um personagem branco. E o próprio Remus parece perpetuar o mito da idílica relação mestre-escravo. Depois, há o idioma, com os personagens falando em um dialeto afro-americano exagerado e mal educado que os transforma em pouco mais do que caricaturas.
Houveram alguns relançamentos do filme por parte da Disney, A versão de 1986 de “Song of the South” comemorou o 40º aniversário do filme foi inclusive essa versão que promoveu a atração Splash Mountain da Disney. Porque afinal de contas, a atração é 100% baseada no filme, embora em nenhum momento do trajeto a imagem do Tio Rhemus possa ser vista.
Agora quando você for na Splash Mountain e ver aquele coelho, aquele urso e aquele lobo você já sabe de onde vieram. Vieram desse filme cheio de conotações racistas.
O pior em tudo isso gente, é uma cacetada de gente (blogueiros) na internet defendendo o conteúdo desse filme. Para fazer esse vídeo para vocês eu fiquei pesquisando cerca de 2 horas e acabei caindo em alguns sites de brasileiros. Esses sites que dão dicas de Orlando e o que eu li me deixou realmente chocada. Tem gente que DEFENDE esse filme e que fala que ele não é racista por ser tratar de um conteúdo de época. E alegar que naquela época as coisas eram assim mesmo.
Por mais que a escravidão faça parte da história humanidade, ou seja, é algo que realmente aconteceu no passado. Não é saudável e nem normal que as pessoas concordem com isso. Muito pelo contrário, o período de escravidão é algo que tem que ser repudiado. Essas pessoas sofreram demais e ainda sofrem até hoje com os estigmas de uma sociedade doente.
É por isso que eu falo para vocês que a gente tem sempre que ter senso crítico para poder avaliar o que está certo e o que está errado. Tem gente que é tão cega pela disney que nem quando eles cometem algum erro a pessoa acha que tá errado.
Racismo é errado e pronto, não importa a época.
Agora só porque você gosta da Disney e a Disney fez um filme racista você vai aceitar o filme racista porque ele é da Disney?
Não gente! Racismo é crime e tem que ser combatido de todas as formas.
Então eu espero de verdade que esse filme nunca seja relançado e que nós, vocês que me assistem, possam refletir sobre o assunto.
Gente não é só pq é a Disney que a gente tem que achar bonito um filme com conotações racistas.
E eu espero de verdade que essas pessoas da internet que postaram esse tipo de coisa acabem caindo no meu vídeo e deletando aquela vergonha.
Por outro lado eu acabei finalizando esse vídeo com conteúdo de sites americanos, porque embora os EUA seja um país que lida todos os dias com enormes problemas de segregação racial, pelo menos nesse ponto os americanos foram eras mais sensatas que os brasileiros.
Sério gente eu li cada coisa que é melhor eu nem comentar pra não me estressar.
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Beijos
Bruno Pupi
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